Com estação meteorológica, Porto de Paranaguá passa a receber informações sobre o clima em tempo real

Equipamento da Plugfield emite alertas e traz boletins que contribuem para a precisão climática. Com isso, é possível agendar a entrada e saída de navios na zona portuária

 

Programar a carga e descarga de grãos e agendar previamente tudo o que entra e sai do Porto, a fim de evitar prejuízos e antecipar o cronograma de trabalho, além de evitar possíveis acidentes, em dias que há excesso de chuva, por exemplo. Desde junho, essa programação – via boletins semanais – é feita no Porto de Paranaguá. A instalação da estação meteorológica Plugfield WS18, em parceria com a Clima e Ambiente, permite que os profissionais que trabalham na área portuária recebam os alertas climáticos na palma da mão e em tempo real.

Um aplicativo para smartphone e uma plataforma web são disponibilizados para que os profissionais possam acessar os dados de qualquer lugar do mundo. Funciona da seguinte forma: a estação meteorológica possui um conjunto de sensores que medem os dados climáticos, além de um módulo de coleta e transmissão de dados. De acordo com o consultor comercial da Plugfield, Cleverson Braun, esses alertas climáticos são fundamentais, uma vez que a atividade portuária necessita dessa atenção quanto às condições atmosféricas.

“Com esses avisos dá para agendar toda a programação de carregamento e descarregamento graneleiro, antecipando eventuais riscos ou, até mesmo, acidentes de trabalho nas plataformas que podem se deslocar em dias que ventam mais, por exemplo”, comenta Braun. Ele diz que os boletins são gerados na web e chegam via aplicativo, em formato de mensagem.

Segundo o consultor, o conjunto de sensores mede a temperatura, umidade relativa, velocidade e direção do vento, precipitação, pressão atmosférica, luminosidade e índice UV. Outra vantagem do equipamento é que o módulo de coleta e transmissão possui GPS e permite a geolocalização da estação, lê os dados e faz o envio pelo smartphone via Wi-Fi.

A estação é alimentada por painéis solares e também funciona offline – nesse modo ela consegue fazer 50 mil leituras em até quatro dias, isso com postagens a cada 10 minutos.

Ainda de acordo com Braun, diante da crise hídrica que vivenciamos, o planejamento precisa ser de longo prazo. Com informações precisas quanto às condições climáticas, é possível antecipar o cronograma de trabalho e evitar prejuízos não só às grandes embarcações como, também, para as pequenas.

 

Foto: Claudio Neves

Produzida em Curitiba, estação meteorológica oferece conjunto de sensores que coletam dados climáticos, além de módulo que processa e faz transmissão dos dados

Assim como a indústria, o agronegócio tem se transformado digitalmente. A revolução 4.0 chegou no campo, simplificando a forma de trabalho e otimizando os processos de produção – isso desde a tecnologia aplicada às sementes, por meio de melhoramento genético, até o plantio, colheita com maquinários de última geração, precisão e logística.

E quando se fala em plantio ou colheita, uma questão determinante para o produtor rural é o clima. Não é à toa que os produtores rurais buscam ferramentas tecnológicas que façam a medição, com exatidão quanto aos aspectos climáticos. Atenta a isso, a Plugfield foi fundada em 2018, em Curitiba, a fim de oferecer soluções para os agricultores, cooperativas, empresas e cidades inteligentes. A fábrica conta com a estrutura e expertise da Pumatronix, indústria de equipamentos voltados à leitura de placas veiculares e líder nacional para o desenvolvimento, produção e comercialização desses produtos.

Entre os equipamentos está a Estação Meteorológica Online Plugfield, que possui um conjunto de sensores para medição de dados climáticos e módulo de coleta, processamento e transmissão de dados. Além disso, um aplicativo para smartphone e uma plataforma web também são disponibilizados gratuitamente para que os produtores possam, com poucos cliques, acessar as informações em tempo real de qualquer lugar.

Hoje, a Plugfield faz parte do grupo Pumatronix, e juntas contam com cerca de 100 colaboradores. De acordo com o diretor comercial da Pumatronix, Thiago Guerrer, que também é um dos sócios e fundadores da Plugfield, a empresa nasceu com o intuito de ser a maior fabricante de estações meteorológicas do país. “Identificamos que havia espaço no mercado, pois não havia um grande fabricante nacional de estações, sendo o mercado dominado há anos atrás por tecnologia importada. Foi aí que começamos a projetar estações portáteis, compactas e com um preço bem acessível”, expõe.

Mais do que isso, a Plugfield desenvolveu uma solução que tivesse usabilidade na coleta dos dados. “O grande ideal era desenvolver uma solução compacta e fácil de ser instalada para a captação do microclima, por meio de coordenadas geográficas próprias das regiões. Uma ampla rede de estações meteorológicas, que pudesse ofertar informações em tempo real para a tomada de decisão. A estação coleta todos esses parâmetros climáticos, desde umidade, pressão, temperatura, chuva, vento, rajada da luminosidade, entre outros fatores derivativos como sensação térmica, evapotranspiração e ponto de orvalho. Tudo isso é disponibilizado na palma da mão do produtor, por meio de um aplicativo ou plataforma web”, afirma Guerrer.

Investimentos em PID

Hoje, aproximadamente 20% do faturamento do Grupo Pumatronix é reinvestido em pesquisa, inovação e desenvolvimento de soluções (PID). Além do Brasil, há estações meteorológicas da Plugfield no Paraguai, Bolívia e negociações estão avançadas na Argentina, Chile e no México.

A Plugfield é uma indústria especializada em sensoriamento e a Pumatronix, em análise, captura e processamento de imagens. “Entendemos que, no processo de tomada de decisão, a soma dessas habilidades é fundamental. Já existem imagens e coleta de dados via satélite, sensores que auxiliam na previsão do tempo, e acreditamos que eles podem ser combinados à captura e processamento de imagens, ou seja, usando câmeras de precisão”, diz Guerrer.

Suporte e fabricação nacional

A solução possui suporte e fabricação brasileira – isso garante aos agricultores agilidade na assistência e visitas técnicas, se necessário. Por se tratar de uma solução nacional, o investimento tem menor impacto cambial e favorece condições especiais de pagamento, principalmente aos agricultores, além de linhas de crédito específicas para tecnologia nacional.

O sistema utilizado no equipamento, seja no tocante ao sensoriamento, processamento e comunicação dos parâmetros é desenvolvido por engenheiros brasileiros com expertise em diversas áreas.